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Foto do escritorEduardo Mayr

RENOVAÇÃO


Estimados Companheiros e Companheiras,

Três são os valores que havemos que ter presentes: ATITUDE, DESAFIO, ESTUSIASMO.


ATITUDE, que é a conscientização de que Rotary e seus princípios rotários são uma bússola adequada para nosso inter-relacionamento, com a resposta afirmativa a todas ás quatro indagações da Prova Quádrupla:


É a verdade? É justo para todos os interessados? Criará boa vontade e melhores amizades? É benéfico para todos os interessados?

Daí, como consequência: amor ao trabalho, o brio, o orgulho do que se faz, superação, pontualidade, interesse, boa vontade. E é através do Rotary que conseguimos retornar aos ideais próprios, possibilitando a evolução pessoal, cultural e profissional de cada um de nós e do nosso próximo. Conquistando metas pelo valor e pelo esforço pessoal, lutando contra o que se apresenta mais fácil, o apadrinhamento político, a “cola” nas provas, o anseio de um confortável e seguro emprego público servil com aposentadoria garantida.


Temos paisagens lindas, novelas fabulosas, uma vida plena. Mas nunca ganhamos um prêmio Nobel, rareando quem se destacasse em pesquisas ou invenções, ou nas conquistas em prol da paz, do meio ambiente, ou da fraternidade humana. E deixamos queimar uma parte da nossa história. Como é possível mudar isto? Lembro Oscar Wilde, que questionava: “Penso nas coisas como são e me pergunto: Por quê? Penso nas coisas como sonho e me pergunto: Porque não? ” É por isto que deveremos repensar Rotary, cada um de nós deverá ser uma rocha viva, uma ponte, uma luz dentro de sua comunidade, trazendo ideias novas, discutindo ética, justiça, democracia – na procura de eficiência, honestidade, transparência, integração e participação na sociedade.


Quanto ao DESAFIO, quando as pessoas atingem seus objetivos, quando começam a obter sucesso, elas podem perder as suas ‘paixões’. Elas podem começar a pensar que não precisam mais trabalhar tanto, amar tanto, esforçar-se tanto, e então, relaxam. Ron Hubbard observou, no começo dos anos 50: ‘O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente desafiador’. Homens fracos fazem tempos fracos; tempos fracos produzem as crises; as crises produzem homens fortes; e homens fortes vencem tempos fracos. Devemos acolher desafios, pois eles nos levam a ter mais energia. Temos Clubes que se encontram apáticos, com menos de dez sócios, há anos, clubes de apenas almoçarianos ou jantarianos, sem desafios, neutros. Portanto, como norma de vida, ao invés de evitar desafios, pulemos dentro deles. Massacremo-los. Repensemos. Reorganizemos. Se nós já alcançamos nossos objetivos, coloquemos objetivos maiores. Nós rotarianos temos recursos, habilidades e destrezas para fazer a diferença. Precisamos colocar “um tubarão no nosso tanque”, dentro da história tradicional, e vamos ver até onde poderemos chegar.


ENTUSIASMO. A palavra entusiasmo vem do grego “en+theos” e significa "ter um deus dentro de si". Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. A pessoa entusiasmada era aquela "preenchida" por um dos deuses e por isso poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem. Assim, se alguém fosse entusiasmado por Demeter (deusa da Agricultura, chamada Ceres na mitologia romana), seria capaz de fazer acontecer a melhor colheita. Segundo os gregos, só as pessoas entusiasmadas seriam capazes de vencer os desafios do cotidiano, criar uma realidade ou modificá-la. Portanto, era preciso entusiasmar-se, ou seja, "abrigar um deus em si". Por isso, as pessoas entusiasmadas acreditam em si, agem com serenidade, alegria e firmeza. E acreditam igualmente nos outros entusiasmados. Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso. O entusiasmo é bem diferente do otimismo. Otimismo significa esperar que uma coisa dê certo. Entusiasmo é acreditar que é possível fazer dar certo.


Assim, vamos nos entusiasmar com o nosso movimento, com as nossas metas pessoais e rotarianas, pois entusiasmo induz felicidade. E Rotary, já se afirmou, é um lugar para ser feliz! Se o programa PÓLIO+PLUS já está no seu entardecer, vamos encontrar outros para a ele dedicarmos nossas forças vivas. Nosso movimento existe há cerca de um século, e continua pujante, iluminado, impregnando milhares de mentes com a chama viva do serviço e do companheirismo, e é, talvez, a mais eficaz reação do homem moderno contra o avassalador materialismo que infelizmente se observa em tantos setores da vida, materialismo este fruto de causas errôneas, teorias nefastas, ideais sem princípios, riqueza sem trabalho, convivência sem moralidade, culto sem sacrifício e ciência sem humanidade. O Rotary cria amizades e propicia ventura através do serviço ao próximo. Precisamos ser bons. E fazermos o bem. Rotary é companheirismo, é amizade em ação, através do serviço ao próximo, à coletividade, e assim não é de admirar que se tenha mantido vívido no tempo e florescente na hora presente.


Mas Rotary não pode ser visto como uma instituição abstrata, uma reunião de pessoas bem-sucedidas e vencedoras que se reúnem para um convívio ameno. Rotary somos nós e cada um de nós, e ao ingressarmos neste movimento, que consagra uma filosofia, assumimos uma nova postura. Basta que se leiam os ideais rotários para se intuir a sua grandeza, esta ponte sólida de aproximação entre as pessoas. Estes pensamentos precisam ser irradiados!

Somos portadores de uma tocha que não irá se apagar, e que é a erradicação da poliomielite. Temos uma Fundação que se dedica de corpo e alma a esta campanha benemérita, mas que necessitaria ser sucedida por nova campanha, outra, e mais outras. No campo restrito de nossos Clubes, o que precisa ser repensado, com urgência? É, evidentemente, o crescimento de nosso quadro associativo, com uma renovação de valores. Creio que em todo o mundo observa-se que enquanto a população cresce em termos geométricos, nosso movimento cresce de forma aritmética. Precisamos de mais rotarianos, mais Clubes, mais força associativa, sim. O crescimento do quadro social é uma necessidade vital, de sobrevivência, mesmo, mas não é apenas isto. Há que se pensar em uma melhoria qualitativa, igualmente. Já tivemos, como rotarianos, Chefes de Governo e de Estado, Ministros, embaixadores, políticos, homens públicos de escol, líderes indiscutíveis em suas atividades profissionais. Mas se observa hodiernamente certa “generalização”, um certo nivelamento mediano do quadro associativo, em que não mais se procuram os exponenciais, os melhores, mas se admitem muitos que não tem a necessária e desejável expressão dentro de suas comunidades. Devemos servir ao nosso movimento, e não sermos por ele servidos. Também, haveremos que nos empenhar em novos desafios em âmbito global. A educação poderia ser uma meta, com a erradicação do analfabetismo, a valorização do docente, ou, abstratamente, a busca da paz entre as comunidades e as nações, com o império da fraternidade e da harmonia. Ainda existem conflitos em demasia em todas as partes do globo. Educação, Paz, Liberdade, Felicidade, Desigualdade... há ainda tanto para se fazer. Vamos ousar, cultive ou cultue outros valores, lembrando o ensinamento de Sêneca: “Não é porque as coisas são difíceis que nós não ousamos. É porque não ousamos que as coisas se tornam difíceis. ”


E é por isto que cada companheiro há que ser esta rocha viva, esta ponte, esta luz dentro de sua comunidade, trazendo ideias novas, absorvendo e discutindo ética, justiça, democracia – na procura de eficiência, honestidade, transparência, integração e participação. Somos todos líderes, e não podemos ter uma atitude passiva, acomodada, desestimulada. Na imagem antiga, “devemos tirar o chapéu para o passado, sim, mas arregaçar as mangas para o futuro”.


E haveremos que fazer isto, sempre, juntos, pois cada associado é o Clube e o Clube é cada associado. E todos somos Rotary. Para isto haveremos que contar com a atitude de cada companheiro no desafio de bem cumprir as tarefas às quais nos propusermos, e com pleno entusiasmo em nossos corações, repensando continuadamente o nosso movimento, não abandonando nossos sonhos de encontrarmos mais felicidade na realização de nossos propósitos.



Texto - Eduardo Mayr

Associado Honorário do Rotary Club de Copacabana

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